A gestão de estoque consiste em atender às demandas de equipamentos e materiais necessários à empresa, sempre considerando a quantidade e o momento corretos. Para alcançar esse propósito, é necessário elaborar um bom planejamento. Assim, é assegurado um bom fluxo de materiais.

Existem vários motivos que justificam o gerenciamento do estoque. Entre eles estão a redução de perdas e de desperdícios, a identificação das necessidades de reposição e dos produtos sem giro, além da possibilidade de gerir a demanda por capital de giro.

Para alcançar esse propósito, diversas metodologias podem ser utilizadas. Você sabe quais são as diferenças entre elas? Explicamos os principais métodos neste artigo. Confira!

Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS ou FIFO)

O foco é utilizar os produtos em ordem cronológica. Por isso, é usado sempre o lote mais antigo até que as mercadorias sejam totalmente retiradas do estoque. Então, é usado o segundo lote mais antigo e assim por diante.

Para viabilizar a operação, é necessário armazenar os itens de forma seriada. A principal indicação desse método é para empresas que trabalham com produtos que têm data de validade.

No entanto, é uma alternativa válida para qualquer companhia que necessite de circulação contínua e ordenada dos produtos. O ponto negativo é a necessidade de organização para controlar diferentes lotes.

Para precificar, é necessário considerar o custo — e descobrir o mais antigo exige atenção redobrada. Além disso, as primeiras compras tendem a ter valor reduzido. Como consequência, os preços precisam ser atualizados com frequência e isso gera insatisfação dos clientes.

Quando é mais indicado?

O PEPS é útil sempre que o objetivo é reduzir o estoque ao máximo. Também vale para empresas que trabalham com produtos perecíveis e é interessante para tomar decisões gerenciais. Como o valor dos custos de produção é próximo da realidade, é possível ter uma visão mais clara da gestão do estoque.

Primeiro a Vencer, Primeiro a Sair (PVPS ou FEFO)

Neste modelo as datas de vencimento são controladas pelo sistema WMS, e automaticamente o sistema aponta qual deve sair primeiro. Isso é especialmente importante na cadeia de suprimentos de comestíveis, lubrificantes, produtos de beleza e todos que possam expirar. A sua diferença para o PEPS / FIFO é que a ordem de entrada no armazém, por exemplo, não importa. Isso pode corrigir erros em outros elos da cadeia, como as fábricas que deveria ter feito o PEPS corretamente, mas não fizeram. Assim o centro de distribuição ajusta o processo.

Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS ou LIFO)

O último lote de mercadorias é utilizado primeiro. Assim, os mais antigos continuam armazenados em estoque. Da mesma forma, o valor mais recente é a base para a formação do preço de venda dos produtos e também para o cálculo do total mantido em estoque.

Com essa metodologia, o preço das mercadorias tendem a ficar supervalorizado. Isso leva a uma discrepância no valor total do estoque. Ou seja, ele nem sempre mostra a realidade.

O UEPS ainda oferece lucro menor no que se refere aos aspectos contábeis, justamente porque o valor do estoque é avaliado com base no preço mais recente. Essa divergência fez com que o método seja proibido pela Norma Brasileira de Contabilidade. Portanto, ele não pode ser usado para emitir documentos fiscais.

Ainda assim, há possibilidade de usá-lo no controle interno das mercadorias. Entre as vantagens desse método está o ajuste eficiente e rápido na produção e nos valores cobrados.

Ao mesmo tempo, o custo de reposição das mercadorias usadas fica defasado. Outra desvantagem é a impossibilidade de utilizar o método em alguns setores. No caso dos gêneros alimentícios e farmacêuticos, por exemplo, é inviável, pois o prazo de validade tende a expirar.

Ainda existe um detalhe: caso um lote esteja em utilização, mas outro seja adquirido, o uso do primeiro é interrompido e o mais recente é priorizado. Por isso, é necessário adotar um monitoramento eficiente.

Quando é mais indicado?

A alternativa é útil para gerenciar o estoque e a empresa. No entanto, é preciso atentar à redução do lucro líquido gerada pela supervalorização dos custos das mercadorias. Além disso, como é proibido pela Receita Federal, gera retrabalho.

Média Ponderada Móvel (MPM)

Também chamada de Preço Médio Ponderado, a metodologia prevê que o custo médio das mercadorias em estoque é calculado pela divisão do saldo financeiro pelo físico. Por exemplo, se o valor total foi de R$ 600 por 50 mercadorias, a MPM é de R$ 12.

O cálculo deve ser atualizado sempre que um novo lote é adquirido e quando os produtos saem do estoque. Por isso, o método é usado para cálculo de custos na contabilidade. Por outro lado, é pouco recomendável para formar o preço de venda.

A vantagem é que, no Brasil, é obrigatório obter o custo por absorção real, a fim de ratear os custos contábeis e agregá-los à produção mensal. Portanto, a MPM é aceita pela Receita Federal. Também é um método fácil de ser implementado.

Quando é mais indicado?

A MPM é a metodologia mais usada devido ao seu efeito estabilizante. Ela ameniza as oscilações dos preços e torna a gestão do estoque mais eficiente. Por isso, pode ser utilizada por qualquer negócio.

Diante dessas diferenças da gestão de estoque, é possível definir o método mais indicado para sua empresa. De toda forma, é importante que o trabalho seja feito a partir de soluções customizadas, que considerem a realidade da sua empresa. Desse modo, você otimiza o trabalho e garante um monitoramento mais eficiente.

Aproveite e saiba mais sobre o assunto! Confira como fazer o controle de estoque em 7 passos.

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